Comunicação-Notícias

Sindifisco, 20/11/2020

SINDIFISCO/SE SAÚDA O DIA 20 DE NOVEMBRO

O Dia da Consciência Negra é o momento no qual podemos tomar consciência do racismo que nos cerca e nos posicionar por mudanças e um país mais justo

 

negromercado.jpg


Hoje, 20 de novembro, é o Dia da Consciência Negra. Para além de rememorarmos temas que abordam questões como Zumbi e o Quilombo dos Palmares, o dia 20 de novembro é uma data significativa. Revela debates históricos importantes e que ainda estão na ordem do dia como o racismo e a desigualdade da sociedade brasileira.

 

A Diretoria do SINDIFISCO/SE entende, portanto, que essa data além de relembrar a luta dos africanos escravizados no passado e mesmo tempo reforça a importância de lutas atuais para tornar a nossa sociedade mais justa.

 

A nossa sociedade foi construída por meio da escravidão, que durou mais de 300 anos, e por mais que melhorias e mudanças tenham acontecido, estamos distantes de uma sociedade de democracia racial, justa e igualitária: falta de oportunidades para a população negra. O racismo presente nos detalhes do cotidiano e as tentativas de apagamento de cultura africana evidenciam que ainda temos um longo caminho a ser trilhado.

 

Há inúmeros indicativos (pesquisas e levantamentos) que revelam a problemática do racismo no Brasil. Por exemplo, dados apontam que cerca de 56% da população autodeclara-se negra (pretos ou pardos), mas, entre os mais ricos, os negros representam somente 17,8% . Em contrapartida, os negros representam 75% dos mais pobres, além de corresponderem à maioria dos presos no Brasil: 65%.

 

 

Principais vítimas de homicídios no país

Os dados do Atlas da Violência 2020, por exemplo, apontam que a discriminação racial ainda é um fator determinante quando o assunto é sobrevivência.

 

No Brasil, os jovens negros são as principais vítimas de homicídios. Ao decorrer dos anos, as taxas de mortes entre a população preta no país tiveram crescimento intenso.

A pesquisa indica que, entre 2008 e 2018, o índice de assassinatos apresentou aumento de 11,5% para os negros, enquanto entre os brancos houve redução de 12,9%. Em 2018, 75,7% das vítimas de homicídios eram pretas, o que equivale a uma taxa de 37,8/100 mil habitantes.

 

Já entre a população não negra, que são os brancos, amarelos e indígenas, a taxa no mesmo ano foi de 13,9/100 mil habitantes. Ou seja, os negros são assassinados quase três vezes mais do que os brancos.

 

Dados do Desenvolvimento Humano

A quarta edição do Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil também comprova que a discriminação racial ainda é realidade no país e está longe de acabar. Entre as pessoas pobres e na extrema pobreza, a população negra é maioria e tem as maiores taxas de homicídio e ganha menos em relação à branca. A cada dois brancos extremamente pobres, indivíduos com renda domiciliar per capita menos que R$ 70,00 mensais, existem cinco negros na mesma situação. O rendimento médio do setor formal do trabalhador negro, em média, R$ 1.287,55, é 42% menor do que o branco, que recebe R$ 1.823,39.

 

Os dados da plataforma lançada pelo Ipea, em conjunto com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud Brasil() e a Fundação João Pinheiro ainda mostrou que, ao analisar a renda per capita, os brancos ganham cerca de R$ 1.144,76 e os negros, R$ 580,79.

Consciencia-10.jpg