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Sindifisco, 11/11/2012

O GOVERNO NECESSITA DE EMPRÉSTIMO?

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Algumas dúvidas pairam acerca da situação financeira do Estado, algumas explicações tem que ser dadas: O que foi feito com o superávit financeiro de 586 milhões, do saldo de exercícios anteriores, conforme constam no Relatório Resumido de Execução Orçamentária (julho/agosto – 2012)? Por que o Governo afirma que atingiu o Limite Prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal, com gastos com a folha do funcionalismo, quando se pode verificar facilmente, através do Relatório Resumido da Execução Orçamentária (janeiro a agosto de 2012), que o comprometimento não chega a 43%? Por que a partir de 2011 o Governo alterou a forma de calcular a Receita Corrente Líquida, reduzindo-a em mais de 320 milhões de reais? Por que são assinados Termos de Acordo entre alguns contribuintes e o Estado, mesmo com parecer contrário do Setor de Tributação? Por que, para equilibrar o orçamento público, o Estado não investe em políticas que combatam a sonegação e aumentem a arrecadação estadual? Essas perguntas têm que ser respondidas antes da contratação de novos empréstimos. Não se trata de ser contra, ou a favor do empréstimo. Dinheiro novo, para ser aplicado em obras necessárias para o desenvolvimento de Sergipe é bem vindo. Entretanto, sem fazer o dever de casa, combatendo a sonegação e aumentando a arrecadação, essa prática virará rotina, endividando o Estado e comprometendo futuro de todos.


Há mais de 60 (sessenta) dias, o SINDIFISCO entregou ao Secretário de Estado da Fazenda, Sr. João Andrade, uma minuta do Projeto de Lei Orgânica da Administração Tributária - LOAT, que prevê uma estrutura moderna para cuidar da Receita. Um projeto parecido com este foi implantado nos Estados do Rio Grande do Norte e Paraíba. Hoje a Administração Tributária, que engloba a Arrecadação, Fiscalização e a Tributação dos tributos estaduais, se encontra sob a responsabilidade da Secretaria da Fazenda. Como se sabe, esta pasta é responsável tanto pela Receita, quanto pela Despesa. Obviamente dando muito maior ênfase para a Despesa, uma vez que é com ela que se faz a política de governo. Com a LOAT, se criará um órgão, com independência e autonomia definidos na lei, para cuidar exclusivamente da receita, inclusive com orçamento próprio, conforme prevê a Constituição Federal.


As receitas estaduais estão relegadas a um segundo plano. Esquecidas. Não há investimento na administração tributária, os instrumentos para combater a sonegação fiscal estão obsoletos, faltando inclusive material de expediente para a execução dos trabalhos. A capacidade arrecadatória do Estado está muito aquém do seu potencial, por falta de políticas tributárias adequadas. Foram feitos vários Termos de Acordos sem critérios técnicos, que prejudicam a receita estadual – elisão fiscal.


A Dívida Ativa do Estado ultrapassa os 3 bilhões de reais. Essa Dívida significa créditos tributários lançados pelos Auditores através de Autos de Infração, que, ao deixarem de ser executados, beneficiam os maus contribuintes, propiciando a concorrência desleal. A sonegação e a evasão fiscal proliferam em nosso estado.


Quando não ocorre o pagamento dos tributos devidos, além de provocar concorrência desleal no sistema econômico, traz um grande prejuízo à Fazenda Pública. Ademais, diminui consideravelmente os recursos financeiros destinados à sociedade, alimentando as desigualdades, reduzindo a presença e a participação do poder público diante das demandas sociais. Essa prática se transforma em fator socialmente negativo, representando um verdadeiro atentado à cidadania, uma vez que são utilizados mecanismos criminosos para o descumprimento das obrigações tributárias. A sonegação fiscal é considerada crime contra a ordem tributária por retirar ou reduzir os direitos do cidadão, inviabilizando a implementação de políticas públicas nas mais diferentes áreas, como da educação, saúde, segurança e infraestrutura básica.


A Administração Tributária é essencial ao funcionamento do Estado. São com as Receitas públicas que o Governo tem a obrigação de enfrentar as demandas sociais e fazer os investimentos necessários para a população sergipana. O Projeto da Lei Orgânica da Administração Tributária – LOAT, apresentado ao Governo pelo SINDIFISCO, pretende a criação de uma moderna e  nova estrutura para arrecadar e fiscalizar os tributos estaduais. Esse órgão deverá ter uma direção eminentemente técnica, uma vez que toda a gestão está vinculada à lei, regida pelos princípios da legalidade, impessoalidade, interesse público, entre outros. Deve ter autonomia financeira e administrativa, além de independência, uma vez que o interesse que esse órgão deverá representar é o de Estado e não o do Governo. A não implantação da LOAT só interessa aos sonegadores e seus aliados.
 

 

 

FISCO FORTE E INDEPENDENTE, SOCIEDADE VALORIZADA!
SINDIFISCO EM DEFESA DE SERGIPE!