Na manhã desta quinta-feira, dia 18, no primeiro dia de paralisação dos auditores de tributos de Sergipe, a pressão da categoria dividiu a atenção da imprensa local. A manifestação do Fisco foi na porta do Palácio de Despacho, onde acontecia à esperada posse dos novos gestores da Segurança Púbica de Sergipe (SSP/SE).
O protesto foi representativo e contou com as presenças de lideranças sindicais da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB) e de vários sindicatos classistas.
Protestos ecoam no Palácio e na Adélia Franco
Com faixas reivindicatórias e apoio de sistema de som, as incisivas intervenções dos auditores ecoaram no Palácio provocando à atenção dos militares e políticos presentes na solenidade da SSP/SE e dos pedestres e motoristas que circulavam pela Avenida Adélia Franco. Dos sindicalistas estavam no ato do Fisco a presidenta do Sindicato dos Bancários, Ivânia Pereira; o presidente da CTB/SE, Edival Gois e o economista do Dieese, Luis Moura.
Paralisação de 48h
A paralisação do Fisco é de 48h em todas as unidades de atendimento e de serviços da Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz). Começou hoje e termina nesta sexta, dia 19. No final do ano, o Fisco realizou uma greve de 39 dias.
Retaliações e Picuinhas
“Pela ausência de contraproposta aos nossos antigos pleitos e em repúdio as retaliações mesquinhas aos que participaram da greve do Fisco, retomamos com força a nossa mobilização”, conta o presidente do Sindicato do Fisco de Sergipe, Paulo Pedroza.
Segundo o dirigente sindical, a pauta antiga e específica do Fisco reúne questões como plano de carreira, subsídio e reposição inflacionária. “Há dois meses, o governo se comprometeu em retomar o diálogo. Mas, até agora nenhum passo nesse sentido foi dado pela administração. Ao contrário, a direção na Sefaz tem feito picuinhas e retaliações como cortes de gratificações e de produtividade a colegas que participaram da greve”, denuncia Paulo Pedroza. O diretor administrativo do Sindifisco, Abílio Castanheira, diz que apesar de não abrir mão das antigas reivindicações econômicas, os auditores estão abertos a negociar com o governo prazos para priorizar a implementação do Plano de Carreira. “Nossas propostas prioritárias não trazem impactos importantes no orçamento estadual”, afirma Castanheira.
‘Política desastrosa’
As medidas administrativas na Sefaz também foram foco dos protestos. Em especial, os auditores voltaram a criticar a desativação ‘sem planejamento’ de cinco postos fiscais de fronteira; aumento da carga tributária para os consumidores e pequenos empresários; e as concessões de benefícios fiscais a grandes empresas. “Essas políticas foram extremamente desastrosas para a arrecadação tributária e facilita a vida de contumazes sonegadores”, afirma o secretário de Comunicação do Sindifisco, Ernesto Barreto.
Por Déa Jacobina, Ascom SINDIFISCO/SE