As centrais sindicais voltaram a se reunir, na tarde de hoje (31), com o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros, para tratar dos caminhos da tramitação do PLC 38/2017, que versa sobre a reforma trabalhista. Também participou da reunião, em nome da oposição, o senador Paulo Paim (PT/RS). Os senadores Hélio José (PMDB/DF), Roberto Requião (PMDB/PR), também estiveram presentes.
Na última terça-feira o relator do PLC, senador Ricardo Ferraço (PSDB/ES) fez a leitura do seu relatório, onde abre mão do papel de legislador, não acolhendo nenhuma das 193 emendas que recebeu dos parlamentares. Ferraço “apenas” sugere que as possíveis alterações à Reforma Trabalhista seja feita pela Presidência da República, através de vetos ou edições de medidas provisórias (MP’s).
O debate se deu em torno da necessidade de intensificar as conversas com os senadores, especialmente em suas bases eleitorais, pois avalia-se que diversos senadores não tem convicção de como votar na matéria e que a influência de seu eleitorado pode ajudar no convencimento dos parlamentares.
João Paulo Ribeiro (JP), dirigente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), participou da reunião e considerou fundamental a pressão sobre os parlamentares em suas bases eleitorais, já no início da próxima semana, quando está prevista a votação do relatório na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.
“Devemos reforçar o trabalho de convencimento dos senadores nos seus estados, mostrando o descontentamento do seus eleitorado com a retirada de direitos contido na reforma trabalhista. Além disso, faremos grandes mobilizações e no final do mês o Brasil fará a maior greve geral de sua história”, assegurou JP.
O dirigente da CTB também reforçou a preocupação quanto ao acesso dos sindicalistas no Congresso Nacional, que tem sido dificultado e barrada a presença popular nas votações que dizem respeito a vida dos trabalhadores e trabalhadoras. “Não queremos violência ou baderna. Queremos é ter acesso para acompanhar as questões, num momento em que o arcabouço da reforma trabalhista destrói o movimento sindical e as garantias legais da classe trabalhadora”.
João Paulo solicitou que, na próxima segunda-feira (05), o líder do PMDB desse um retorno sobre as questões levantadas pelos sindicalistas, em nova reunião com as centrais sindicais. Renan Calheiros ficou de avaliar essa possibilidade.
De Brasília, Sônia Corrêa – Portal CTB/ Foto: Julio Fernandes (CSPB)