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Sindifisco, 19/10/2018

Carf derruba parte de uma cobrança de R$1,5 bilhão contra a Ambev

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O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) cancelou, em julgamento realizado nesta terça-feira (16/10), parte de uma cobrança de cerca de R$1,5 bilhão contra a Ambev, pela não tributação de lucros auferidos no exterior em 2008 por empresas do grupo .

O processo 16643.720059/2013-15 começou a ser analisado em agosto, mas foi interrompido em setembro para vista do conselheiro Paulo Henrique Silva Figueiredo. A Receita Federal exigiu o recolhimento do IRPJe a CSLL incidentes sobre lucros que empresas do grupo Ambev auferiram no exterior naquele ano. Na visão do auditor fiscal, tais montantes deveriam ter sido oferecidos à tributação no Brasil.

Os autos têm três grandes eixos de discussão: a cobrança de lucros auferidos pela Labatt, cervejaria sediada na Dinamarca; de empresas argentinas controladas por uma holding com sede em Luxemburgo, e de empresas no Uruguai. A maior parte da autuação fiscal é sobre a operação dinamarquesa, envolvendo país com o qual o Brasil firmou um tratado para evitar a dupla tributação.

A norma de colaboração com o país europeu veda a incidência dos tributos brasileiros sobre o lucro que não for distribuído por sociedades anônimas residentes na Dinamarca, proibição considerada muito benéfica pela Receita. Segundo fontes próximas ao caso, a Ambev teria reduzido em R$ 800 milhões o lucro da companhia dinamarquesa, valor que corresponderia a ágio decorrente de uma operação societária no exterior.

O processo foi julgado pela 2ª Turma da 3ª Câmara da 1ª Seção do tribunal administrativo, que cancelou por maioria de votos as cobranças feitas contra subsidiárias da Ambev na Dinamarca e no Uruguai.

O relator, conselheiro Rogério Aparecido Gil, negou o provimento de maneira integral ao recurso do contribuinte. A turma, porém, considerou em sua maioria que o acordo celebrado entre o Brasil e a Dinamarca não viola o artigo 74 da medida provisória nº 2158-35/2001, entendimento que beneficiou a empresa.

No caso das companhias argentinas sob controle de uma holding luxemburguesa, a turma, pelo mesmo placar, não considerou cabível a aplicação do tratado para evitar a bitributação celebrado entre Brasil e Argentina. No caso dos lucros auferidos no Uruguai, a turma cancelou a cobrança por entender que houve um erro no preenchimento da contabilidade errônea por parte da companhia.

Empresas de outras nacionalidades também foram citadas nos autos, caso da subsidiária da Ambev nas Ilhas Cayman – neste caso, a cobrança teria sido mantida pela falta de tratados que impedissem a dupla tributação.

Segundo procurador Rodrigo de Macerdo e Burgos, responsável pelo caso, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) poderá recorrer da decisão à Câmara Superior caso encontre uma decisão divergente envolvendo especificamente a aplicação do tratado bilateral Brasil-Dinamarca. Dada a especificidade da questão, o procurador afirmou não saber se tal divergência existe na jurisprudência do Carf.

Em nota, a Ambev informou que aguardará a publicação do acórdão para avaliar os eventuais recursos. A companhia ressaltou a importância da aplicação dos acordos internacionais “para evitar a dupla tributação e assim manter um ambiente de negócios justo e previsível”.

Fonte: Jota

 

Saiba Mais

A AMBEV nasceu da fusão entre a Companhia Antarctica Paulista de São Paulo e a Companhia Cervejaria Brahma do Rio de Janeiro.

Em 2004 a Ambev, então a quinta maior cervejaria do mundo, foi adquirida pela belga Interbrew, na época a terceira maior. Da fusão, nasceu a InBev, que passou a ser a maior do mundo.[4]

A Ambev domina boa parte do mercado de bebidas no Brasil, onde também produz e distribui a marca Stella Artois no Brasil, além de ter a licença dos produtos da Pepsi Co no país.

Em julho de 2009 a empresa recebeu uma multa de 352,7 milhões de reais do Conselho Administrativo de Defesa Econômica[5] por denúncias de irregularidades no programa "Tô Contigo",[6] o programa de fidelidade da empresa.[7]

Em 2012, segundo dados da consultoria Economatica, a Ambev era a maior empresa da América Latina, com um valor de mercado de U$120,1 bilhões, à frente da Ecopetrol e da Petrobras.[8]

Foi eleita pelo Great Place to Work Institute (GPTW) como uma das cem melhores empresas para se trabalhar no Brasil, mesmo sendo uma das que mais respondem processos trabalhistas, segundo o Ministério Público do Trabalho.[9][10][11][12][13][14] Em 2011 a Ambev lançou a franquia Nosso Bar, bares populares de pequeno porte. A rede contava com 869 em agosto de 2014.[15] A Ambev é detentora de um grande número de marcas nos segmentos onde atua. Estas marcas são originárias das diversas empresas que foram incorporadas durante o crescimento da mesma. Em 2013 a empresa desenvolveu, pela primeira vez, sorvete a partir de cerveja.

FONTE: Wikipédia