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Sindifisco, 08/01/2019

Brasileiros são contra privatizações e redução de direitos trabalhistas

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Pesquisa aponta que 60% discordam da venda de empresas públicas e 57% não querem o corte de direitos trabalhistas

Mesmo tendo eleito candidatos que se diziam comprometidos com princípios liberais, pesquisa realizada pelo DataFolha aponta que os brasileiros são contra as privatizações e também não querem a redução de direitos trabalhistas, dois dos itens mais associados ao ideário liberal.

Privatizações

Os dados apontam que 60% dos brasileiros são contra as privatizações. Apenas 34% concordam que o governo deve vender o maior número possível de suas empresas. Outros 5% não têm opinião formada e 1% é indiferente.

Mesmo entre os apoiadores de Jair Bolsonaro e seu partido, o PSL, as privatizações não são unanimidade. Apenas 65% deste grupo defendem as privatizações.

Na segmentação dos dados, vemos que a maior concordância com a venda das empresas públicas se dá entre os homens mais ricos, que ganham mais de 10 salários mínimos. Ainda assim, somente pouco mais da metade da população (56%) deste grupo concorda com a medida.

Na segmentação por gênero, escolaridade e região, vemos que os que mais apoiam as privatizações é o grupo formado por homens com curso superior e moradores das regiões Centro-Oeste e Norte do país.

Os grupos formados por mulheres, pessoas com escolaridade média, moradores do Sul e do Nordeste e mais pobres estão entre os que mais discordam da medida.

Direitos trabalhistas

São 57% os que se mostram contrários ao corte de direitos trabalhistas, como os promovidos pela Lei 13.467/2017. Apenas 40% se mostra favorável ao corte de direitos e 3% não têm opinião formada sobre o tema. Mesmo entre os partidários do PSL, não há uma maioria consolidada de apoiadores da reforma. Apenas 50% deles apoia o corte de direitos dos trabalhadores.

Os homens mais ricos estão entre que são mais favoráveis ao corte de direitos dos trabalhadores. Neste item, a região Sul é onde está o grupo de apoiadores destas medidas.

Entre os mais pobres, mulheres e moradores do Centro-Oeste e Norte do país 6% discordam das medidas.

A pesquisa do DataFolha foi realizada nos dias 18 e 19 de dezembro, com 2.077 pessoas em 130 cidades brasileiras. Os dados foram divulgados no sábado (7).