Para a Sessão Especial em Defesa dos Bancos Públicos no Estado de Sergipe, realizada na tarde de ontem (6), o presidente Nacional da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo enviou o documento intitulado 'Manifesto em Defesa dos Bancos Públicos'. A mensagem foi lida pelo presidente estadual da CTB/SE, Adêniton Santana, que representou Adilson Araújo no evento. Com agenda das centrais no Congresso Nacional, a liderança nacional justificou a ausência e parabenizou a iniciativa da presidenta do Sindicato dos Bancários de Sergipe (SEEB/SE), Ivânia Pereira e do deputado Luciano Pimentel (PSB).
Prestigiada e concorrida, a solenidade foi realizada no final da tarde de ontem (6), na Assembleia Legislativa do Estado de Sergipe (Alese). Na Alese, a propositura foi apresentada pelo gabinete do deputado Luciano Pimentel (PSB). A presidenta do Sindicato dos Bancários de Sergipe (SEEB/SE), Ivânia Pereira, destacou que “com as presenças de reconhecidamente abnegadas lideranças sindicais nacionais, a sessão em Sergipe se revelou uma trincheira de luta unitária e pluripartidária em defesa das instituições públicas”.
Na composição da mesa solene, dirigida pelo deputado Luciano Bispo, estavam além de Ivânia Pereira as seguntes lideranças e personalidades: presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe (Feebabase), Hermelino Souza Meira Neto; coordenadora do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas, Rita Serrano; presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Jair Pedro Ferreira; presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia (SEEB/BA), Augusto Sérgio Vasconcelos; presidente da Associação dos Funcionários do Banco do Nordeste do Brasil (AFBNB), Rita Josina Feitosa da Silva; representante do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE/SE), Luís Moura e o presidente da CTB/Sergipe, Adêniton Santana Santos e o vereador Américo de Deus. Prestigiaram o evento o deputado federal João Daniel (PT) e o deputado estadual Iran Barbosa. Da Bahia além do presidente do SEEB/BA, Augusto Vasconcelos, estavam no evento os representantes dos seguintes sindicatos: Sindicato dos Bancários de Irecê, Carlos Alberto Rodrigues Bezerra; Sindicato dos Bancários de Itabuna, Jorge Barbosa de Jesus; Sindicato dos Bancários de Vitória da Conquista, Antônio Paulo Barrocas; Sindicato dos Bancários de Feira de Santana, Edmilson Almeida Cerqueira e Sindicato dos Bancários de Camaçari, Ronaldo Alves do Nascimento e o secretário Geral da Feebbase, Emanoel Souza de Jesus. De Sergipe, também compareceram à solenidade os presidentes dos sindicatos do Fisco de Sergipe; Paulo Pedroza; Sintrase, Diego Araújo; Sindicato dos Radialistas; Fernando Cabral. Das entidades estavam ainda as presidentas da União Brasileira das Mulheres e do conselho Estadual das Mulheres, respectivamente Maria da Pureza e Érika Leite.
Veja abaixo na íntegra o 'Manifesto Em Defesa dos Bancos Públicos', de autoria do presidente nacional da CTB, Adilson Araújo:
Manifesto Em Defesa dos Bancos Públicos
Por Adilson Araújo, presidente nacional da CTB, Adilson Araújo:
Os bancos públicos (CEF, BB e BNDES, entre outros) são alvo de uma feroz ofensiva reacionária proveniente do governo Bolsonaro, que parece disposto a promover o enfraquecimento e desmonte dessas instituições, de forma a abrir caminho à privatização, pois o objetivo maior é entregar esses patrimônios do povo brasileiro aos banqueiros privados.
Ao longo da história brasileira, os bancos públicos desempenharam e desempenham ainda hoje um papel fundamental no financiamento do desenvolvimento nacional. São vitais para concretizar política públicas orientadas para a redução das desigualdades regionais e sociais, a reindustrialização da economia, o combate ao desemprego e outros graves problemas para os quais o governo de extrema direita presidido por Jair Bolsonaro voltou as costas.
Neste momento a atuação dos bancos públicos como promotores do desenvolvimento corre sério risco, uma vez que são ministros de Estado e os próprios presidentes dessas instituições quem as conduzem ao enfraquecimento e fazem apologia pública da privatização. Foi o caso, por exemplo, do presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, que em recente palestra na FGV advogou a entrega do BB à banca privada.
Ao contrário do que afirmam de forma recorrente os neoliberais privatistas, a função pública e social assumida por bancos públicos não será exercida por bancos privados, que se orientam pela lógica capitalista de maximização dos lucros e redução de custos e, por consequência, não têm nenhum interesse em disponibilizar linhas de crédito para programas sociais ou atuar em municípios distantes, onde só os bancos públicos estão presentes.
Hoje, os bancos públicos representam quase a metade dos ativos totais das operações de crédito e dos depósitos totais do segmento bancário no Brasil. Apoiam estrategicamente políticas sociais como o Bolsa Família, Habitação Popular (Minha Casa, Minha Vida), Agricultura Familiar, Abono PIS/PASEP, FGTS, Seguro Desemprego e FIES. Sua atuação também fortalece as áreas da Cultura, Esporte e Segurança Pública.
Sem a Caixa não haveria crédito imobiliário para aquisição da casa própria, financiamento da infraestrutura urbana e operação de programas públicos para população de baixa renda, trabalhadores e estudantes.
Sem o Banco do Brasil, o crédito agrícola para a agricultura familiar e para os empreendimentos agrícolas de médio e grande porte ficaria extremamente prejudicado, assim como o financiamento à infraestrutura nos municípios.
Sem o BASA e o BNB, as regiões Norte e Nordeste perderiam uma importante alavanca de desenvolvimento. No Nordeste, a exitosa experiência de crédito popular às pessoas de baixa renda, importante instrumento de desenvolvimento social e econômico, seria comprometida.
Sem os bancos estaduais públicos, o desenvolvimento dos estados onde atuam se enfraqueceria. Sem a atuação do BNDES e dos demais bancos públicos não haveria crédito para a Infraestrutura Econômica.
Além disso, como demonstrado na crise mundial de 2008, foram os bancos públicos brasileiros que viabilizaram políticas anticíclicas de crédito, decisivas para a rápida recuperação da economia brasileira. Os bancos privados, ao contrário, contraíram crédito naquela crise.
O caminho da privatização só interessa aos banqueiros, que já exploram o ramo econômico mais lucrativo do país, extorquindo clientes com taxas de juros dignas de agiotas e tarifas abusivas.
Vejam que em 2018, segundo relatório do Banco Central, o lucro líquido dos bancos somou R$ 98,5 bilhões, batendo o recorde da séria histórica iniciada em 1994. Enquanto isto, e também por causa disto, a economia brasileira continuou atolada no pântano da recessão, com o desemprego e a subocupação castigando cerca de 30 milhões de trabalhadores e trabalhadoras.
Os fatos indicam que os interesses dos banqueiros privados não correspondem aos interesses do nosso povo e na verdade estão na contramão dos interesses nacionais. A privatização dos bancos públicos para satisfazer o apetite insaciável desses parasitas rentistas que nada produzem é um crime que temos a obrigação de impedir.
Conclamamos a classe trabalhadora e o conjunto do movimento sindical a reagir à altura contra esta ofensiva malsã do atual governo. Somente com unidade e determinação havemos de derrotar mais uma iniciativa que conspira contra a soberania nacional e os interesses do povo brasileiro e barrar a política entreguista de Jair Bolsonaro e Cia.
É preciso que as forças progressistas do país, e em particular as organizações da nossa classe trabalhadora, unifiquem esforços para denunciar e desmascarar as ações do Palácio do Planalto neste sentido e conscientizar a população sobre os riscos desta política para o país. É imperioso uma ampla mobilização social em defesa dos bancos públicos para barrar o retrocesso.
Com informações bancariose.com.br