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Sindifisco, 27/05/2020

“Já botamos a granada no bolso do inimigo. Dois anos sem aumento de salários"

“ ... Nós já botamos a granada no bolso do inimigo. Dois anos sem aumento de salário ”

 

Com essas palavras, o superministro Guedes diante de seus pares e do presidente da República na reunião do dia 22 de abril se refere ao projeto de lei que congela o salário dos servidores. O congelamento imposto de cima pra baixo sem levar em conta as diversas realidade do país, onde servidores, como é o caso de Sergipe, estão há 8 anos sem reajuste em si já é grave, mas o mais grave não é nem esse congelamento.

Duas palavras usadas na frase denotam de forma clara e precisa o tratamento que esse governo prepara para os servidores públicos de todas as esferas, União, Estados e Municípios.

 

Granada é um artefato de guerra que mata. Inimigo, na guerra, é alguém que tem que ser aniquilado, morto.

 

Não imaginamos que o ministro deseje matar os servidores no estrito termo da palavra. Ele utiliza muitas metáforas na comunicação, diante de um presidente, cujos vocábulos, morte, inimigo e guerra são sopa no prato, ele quis comunicar na sua linguagem. 

 

Os inimigos são homens e mulheres de diversas carreiras e especialidades, que estão na linha de frente do combate ao coronavírus, uns, como os servidores e servidoras do Fisco, estão em outra frente combatendo a sonegação para o Estado ter os recursos necessários para investir, outros estão executando serviços importantes para a sociedade.

 

Num momento de pandemia em que a população mais precisa do Estado, cuja vida, dinâmica e existência é dada pelo trabalho dos servidores, sem eles, o Estado é apenas uma ficção, o governo trata-os como inimigos a ser combatido. Se em período de normalidade, esse governo, ano passado, enviou ao Congresso as PECs 186 e 188/2019, propondo redução de 25% no vencimento dos servidores.

 

Imagine depois da pandemia, onde se anuncia uma severa crise econômica, provavelmente, a maior da história, essas palavras mostram claramente que o liberalismo econômico desse governo está disposto a ir até as últimas consequências contra os servidores públicos, está disposto a aniquilá-los, a reduzi-los à condição de miserabilidade.

 

Mais do que nunca a união de todos os servidores públicos é fundamental para aplacar esse intento e para não sermos atropelados esse trabalho de resistência tem que começar desde já.

Sindicato do Fisco de Sergipe (SINDIFISCO/SE)