Movimentos sociais e de direitos humanos de Sergipe vão realizar nesta quarta-feira (27), às 8h, a ‘Lavagem da Reitoria: Contra o descumprimento da lei de cotas na Universidade Federal de Sergipe (UFS)’.

“A lavagem será mais um ato da campanha denominada de ‘Reaja ao racismo’, para denunciar e conter a UFS de praticar racismo estrutura0l contra a população negra seja nas políticas de cotas raciais para acesso à educação superior seja para cargo para servidor público na universidade”, afirma o coordenador do Instituto Braços, professor Robson Anselmo.   

Segundo o ativista nem mesmo acordo firmado da universidade com o Ministério Público Federal foi cumprido, para garantir a efetiva aplicação da política de cotas.

Para Robson Anselmo, um dos casos que evidencia a prática de racismo na UFS é expressa no caso do professor negro, doutor e pós-doutor em Direito, Ilzver Matos.

Ilzver Matos foi o único negro aprovado pelas cotas raciais em concurso público para docente do Curso de Direito da Universidade Federal de Sergipe (UFS) em 2019. E até hoje não foi empossado ao cargo.

O caso Ilzver motivou a criação da Campanha Reaja ao Racismo, que foi pensada e aprovada em reunião no Sindicato dos Profissionais da Educação do Município de Aracaju (Sindipema) com ativistas de direitos humanos, movimento negro, sindical, estudantil, religioso, de mulheres, da juventude, da cultura, da advocacia, mandatos parlamentares e sindicalistas.

Atos da ‘Campanha Reaja ao Racismo’ também deverão ser realizados contra o Poder Judiciário sergipano, o qual, segundo os ativistas, vem agindo em reforço “da ilegalidade praticada pela UFS no caso Ilzver Matos”. Especificamente, os ativistas apontam ato racista na decisão de uma juíza que extinguiu a ação civil pública do MPF/SE e ainda estipulou multa à UFS em caso de nomeação de Ilzver Matos ao cargo de professor da instituição, conforme determinação do Conselho Superior da UFS.