“As cubanas nos dão lições, em especial a de que a mulher é protagonista em todo o processo de transformação social”, afirma Zenaide Sandres
A sala de cinema, o Cinefisco exibiu o documentário “Cubanas: mulheres em revolução”, na tarde dessa quinta-feira (28/7). Com programação híbrida, o filme foi transmitido pelo aplicativo Zoom, a partir do auditório do Sindicato do Fisco de Sergipe (SINDIFISCO/SE). Após o filme, a roda de conversa temática contou a educadora social, negra quilombola, Zenaide Silva Sandres. Atividade foi inserida na programação do ‘Julho das Pretas’, contra o feminicídio e em homenagem ao 25 de julho, Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha e Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra.
O evento foi aberto pela diretora de Relações Intersindicais do SINDIFISCO, Solange Silva. “Essa ideia de sala de cinema, com rodas de conversas, foi lançada no dia 8 de Março deste ano, no Cine Vitória, como parte das comemorações ao Dia Internacional da Mulher. É um projeto nostálgico e de lazer que vem recebendo manifestações entusiastas”, disse a auditora.
Ainda durante a intervenção, Solange Silva felicitou o aniversário da diretora de Comunicação Sindical, Gilman Campos uma das idealizadoras do Cinefisco. Gilman estava presente na sessão, virtualmente.
Roda de conversa
Zenaide Sandres considerou a iniciativa do CineFisco como inovadora e “até revolucionária, porque traz temas pertinentes e atuais da sociedade para discutir em um fórum como esse”. Segundo a ativista feminista, “com o Cinefisco, a partir de um determinado filme, temos um monte de motes para discutir, apreender, descobrir e construir, porque filmes nos dão essas possibilidades”.
Legado das mulheres cubanas
Quanto ao documentário ‘Cubanas: mulheres em revolução’, Zenaide Sandres destacou que, o filme mostra o legado de protagonismo da mulher cubana desde o triunfo da revolução 1959, até os dias atuais,
“As cubanas trazem para gente uma grande lição a de que a revolução é uma constante em Cuba. E para as mulheres cubanas, a revolução não acabou com o triunfo em 59, ao contrário: começou quando triunfou a revolução, porque elas iniciaram a partir dali uma série de revoluções internas, que foram protagonizadas por elas mesmas como foi o rico processo de alfabetização do povo cubano, uma coisa que garantiu ao País todos os avanços que Cuba tem hoje. E apesar da revolução socialista, nas relações humanas, culturas do patriarcado ainda persistem (sistema social baseado em uma cultura, estruturas e relações que favorecem os homens, em especial o homem branco, cisgênero e heteressexual). Segundo as próprias cubanas, o patriarcado está na memória genética e se arrasta desde o colonialismo e que é necessário que se lute contra ele. E Cuba traz todas essas lições, em especial a de que a mulher é protagonista em todos os processos de transformações sociais”.
O professor Adelmo Menezes, ex-presidente do Sindicato dos Professores de Aracaju (Sindipema), também parabenizou o SINDIFISCO/SE. “O Sindicato está de parabéns pelo convite aberto ao Cinefisco, no mês das mulheres pretas, para assistir e debater o documentário sobre as mulheres cubanas. Na roda de conversa percebemos a importância do debate em torno dos processos de educação, da ocupação de maior espaço das mulheres pela garantia de direitos, seja nas atividades da vida familiar, social e da luta sindical”, afirmou o professor.
Com o documentário ‘Cubanas: mulheres em revolução’, o Cinefisco exibiu cinco películas: ‘Que horas ela volta’, de Anna Muylaert exibido no dia 08/03; ‘Libertem Ângela Davis’, no dia 24/03; ‘Cabra-cega’, de Tony Venturi, no sai 01/04 e o filme ‘Doutor Gama’, que narra a história do advogado abolicionista Luiz Gama (1830-1882), no dia 13/05. A sala cinematográfica do SINDIFISCO/SE conta com a parceria do cineclubista Lumière.
Por Ascom do SINDIFISCO/SE