Comunicação-Notícias

Sindifisco, 09/11/2022

Grandes empresas devem mais de R$ 10.5 bilhões em impostos em Sergipe

BaraoDivida.png

 

Fenafisco revela o crescimento da dívida ativa nos últimos anos. O Atlas da Dívida Ativa traz informações atualizadas de 20 estados brasileiros

 

O estudo realizado pela Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital (Fenafisco) aponta que, em 2021, a dívida ativa do Estado de Sergipe foi de mais de R? 10.5 bilhões. Os valores devidos pelas empresas no estado totalizam mais de 200% da receita de impostos daquele ano, que foi de mais de R? 5.2 bilhões.

 

UF   Dívida Ativa   Receita de Impostos    %

Sergipe  10.548.227.504      5.256.828.282 200,66

As dez maiores empresas devedoras do Estado de Sergipe foram Itaguassu Agro Industrial S/A (R? 675 milhões), Santana Agroindustrial LTDA (R? 426 milhões), Aracaju Comercio de Metais Eireli EPP (R? 253 milhões), Petróleo Brasileiro S/A – Petrobras (R? 190 milhões), H. M. Comercial LTDA (R? 152 milhões), Cerâmica Santa Marcia S/A (R? 145 milhões), Agro Industrial Grande Vale LTDA (R? 138 milhões), Via Farma LTDA (R? 121 milhões), Frutene Indústria de Frutas do Nordeste (R? 115 milhoes), Vieira Sampaio Indústria e Comercio S/A (R? 111 milhões). Juntas, elas devem mais de R? 2,3 bilhões.

 

10 maiores devedores- Sergipe

Colocação     RAZÃO SOCIAL    SALDO TOTAL

1º       ITAGUASSU AGRO INDUSTRIAL S/A 675.895.027,52

2º       SANTANA AGROINDUSTRIAL LTDA  426.182.106,42

3º       ARACAJU COMERCIO DE METAIS EIRELI EPP     253.196.814,89

4º       PETROLEO BRASILEIRO S/A- PETROBRAS          190.332.111,30

5º       H. M. COMERCIAL LTDA 152.458.899,34

6º       CERAMICA SANTA MARCIA S/A        145.282.519,35

7º       AGRO INDUSTRIAL GRANDE VALE LTDA   138.902.359,40

8º       VIA FARMA LTDA 121.101.939,97

9º       FRUTENE INDUSTRIA DE FRUTAS DO NORDESTE          115.502.920,15

10º     VIEIRA SAMPAIO INDUSTRIA E COMERCIO S/A   111.564.592,95

 

 

 

Divulgação no 19º Conafisco

O levantamento traz informações sobre a dívida ativa de empresas e pessoas físicas. Ele foi divulgado nesta quarta (9), no 19º Conafisco, Congresso Nacional do Fisco Estadual e Distrital, organizado pela Fenafisco e pelo Sindsefaz-Bahia, em Mata de São João, na Bahia. Pode ser acessado em Barões da Dívida

 

Dados nacionais

 

Nacionalmente, a dívida ativa chega a quase R? 1 trilhão aos cofres públicos. O levantamento nacional realizado pela Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital (Fenafisco) aponta que, de 2015 a 2021, a dívida ativa no Balanço Patrimonial dos estados brasileiros teve um expressivo crescimento, passando de R? 682,2 bilhões para R? 987,75 bilhões em 2021. A Federação atualizou o estudo sobre a composição dos débitos em cada estado, que conta com a relação dos 100 maiores devedores de cada unidade federada. Os dados serão apresentados no Congresso Nacional do Fisco Estadual e Distrital — Conafisco.

O estudo identificou que a dívida ativa, sob administração das procuradorias gerais dos estados ou das secretarias de fazenda, aumentou em 45% entre 2015 e 2021. A pesquisa mostra que a dívida ativa está concentrada em poucas e grandes empresas, que possuem também uma alta concentração regional, haja vista que a maior parte delas se localiza na região Sudeste.

 

“Os altos estoques de dívida ativa comprometem a capacidade dos governos em programar políticas de abrangência territorial que definem metas e estratégias de desenvolvimento econômico, regional e social, com o devido respeito ao meio ambiente. A recuperação da dívida ativa de poucas e grandes empresas é particularmente indispensável para os estados criarem oportunidades de proteção social e econômica para aqueles que estão marginalizados pelo sistema de economia de livre mercado”, destaca o presidente da Fenafisco, Charles Alcantara.

 

Em 11 estados, a dívida ativa supera a arrecadação anual com o recolhimento de impostos. Os estoques acumulados em Goiás, Mato Grosso e Sergipe equivalem a mais de 200% da arrecadação. Outros quatro estados possuem uma dívida ativa equivalente a mais de 100% da arrecadação tributária anual.

 

Os valores devidos pelas empresas aos estados totalizam 11,35% do PIB nacional. Ao passo em que os estoques da dívida ativa aumentam, o pagamento delas é tímido, o que mostra a dificuldade do setor público de fazer as cobranças. “Os estoques desses créditos têm sido crescentes nos estados brasileiros, representando uma maior dificuldade do setor público de fazer essas cobranças. A quem interessa um processo judicial lento, moroso, cheio de recursos? Por que a legislação não pune com rigor o mal pagador? Essas perguntas, que conduzem esse trabalho, nos fazem refletir também se a securitização e a inteligência artificial seriam caminhos válidos para a recuperação dos créditos tributários e se estancaria o acúmulo da dívida ativa”, pondera o presidente.

 

O Atlas traz os maiores devedores do país e por estado.

 

Os maiores devedores nacionais são: Refinaria de Petróleo de Manguinhos (R? 7,7 bilhões), Ambev (R? 6,3 bilhões), Telefônica — Vivo (4,9 bilhões), Sagra Produtos Farmacêuticos (R? 4,1 bilhões), Drogavida Comercial de Drogas (R? 3,9 bilhões), Tim Celular (3,5 bilhões), Cerpasa Cervejaria Paraense (R? 3,3 bilhões), Companhia Brasileira de Distribuição (R?3,1 bilhões), Vale (R? 2,7 bilhões) e Athos Farma Sudeste S.A (R? 2,9 bilhões). O estudo também aponta que os maiores devedores, via de regra, recebem benefícios e incentivos fiscais em suas áreas de atuação.

 

Estudo

 

O Atlas da Dívida dos Estados Brasileiros é um estudo feito por iniciativa da Fenafisco, desde o final de 2020. Para elaborar o levantamento, foram considerados dados de 2015 a 2021. Apesar da obrigatoriedade legal para divulgação das informações, apenas 17 unidades federativas informaram os dados inicialmente.

 

Nessa primeira etapa da pesquisa, divulgada em 2021, foram levantados os dados da dívida ativa de 17 estados, que divulgaram seus números em portais de transparência ou mediante requisição da Fenafisco. Na segunda etapa, divulgada agora em 2022, mais três estados enviaram os dados. A pesquisa, hoje, conta com a atualização de 20 estados.

“A importância desse estudo é fazer com que a sociedade, a classe política e a mídia tenham conhecimento desses dados, impulsionando a cobrança por mudanças. Dentro de um sistema tributário regressivo, a dívida ativa elevada contribui para a concentração de renda. É um privilégio tributário para poucas e grandes empresas, que escapam da tributação e conseguem ampliar seu poder”, reforça Alcantara.

 

O site Barões da Dívida

 

Para impulsionar o conhecimento da sociedade sobre a dívida ativa e os maiores devedores estaduais, a Fenafisco divulgou, em 2021, o site Barões da Dívida que reúne informações contidas no Atlas e tem como objetivo analisar a formação e evolução da dívida ativa das Unidades Federativas (UF), a partir de dados obtidos pela Fenafisco junto aos órgãos competentes.

 

O envio dos dados pelos órgãos estaduais e distrital, responsáveis pela dívida ativa tributária, pode ocorrer em tempo e meses distintos, o que torna possível que o valor constante na tabela oscile para mais ou para menos, a depender de inscrição de nova dívida ativa ou quitação da dívida existente pelo contribuinte.

As informações gerais foram retiradas do Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro (Siconfi), dos ofícios recebidos através de pedidos feito pela Fenafisco (Ofícios nº 030/2020 e nº 005/2022) e dos sites dos governos dos estados, em particular, das Secretarias das Fazendas. Quanto aos dados da dívida ativa das empresas, foram retirados destes dois últimos.

 

O estudo da Fenafisco reproduz os dados oficiais manejados e coletados ao longo dos anos de 2020 a 2022, com base na Lei de Acesso à Informação. Os dados não refletem a posição oficial e política da entidade.

 

FONTE: Site Barões da Dívida, Por  Raquel Alves

Oficina Consultoria