Greve e ‘arrastão’ na Sefaz marcam novo ciclo de protestos e pressionam governo estadual a abrir negociações
A paralisação das auditoras e auditores fiscais tributários de Sergipe, que começou com o "Arrastão da Conscientização" na sede da Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz), continua nesta sexta-feira (1º/08). O movimento será retomado na próxima semana, nos dias 5 e 6 de agosto.
Os dirigentes do Sindicato do Fisco de Sergipe (SINDIFISCO/SE), acompanhados por uma comitiva da categoria, realizaram o 'arrastão' na Sefaz com o objetivo de reforçar a adesão e pressionar o governo estadual a abrir um canal de negociação. Uma nova assembleia geral, agendada para 7 de agosto, irá avaliar os resultados e decidir sobre a continuidade do movimento paredista.
O presidente do SINDIFISCO/SE, José Antônio, se mantém contundente e conclama a unidade da categoria: “Na Sefaz, fomos convencer os colegas a seguirem a determinação unânime da nossa assembleia de realizar paralisações semanais. Nossa categoria precisa estar unida, cada um segurar a mão do outro, todos por um e um por todos, para reverter a posição intransigente da secretária Sarah Tarsila Andreozzi, em defesa de uma proposta que contemple ativos, aposentados e pensionistas”.
*Fisco rejeita proposta excludente*
José Antônio reafirma que a única proposta apresentada pela secretária Sarah Tarsila Andreozzi, o Incentivo à Modernização da Relação Fisco-Contribuinte (IMFC), é uma "incoerência sem precedentes". O projeto substitui o Bônus de Aumento da Produtividade (BAP), que garantia parte da gratificação a aposentados e pensionistas, além de outros grupos.
"Como é que a secretária Sarah revoga um direito garantido dos aposentados, pensionistas e das gestantes de licença, e cria outra gratificação para si mesma, cria novos cargos e reajusta valores de chefia, e retira esses benefícios de outros grupos?", questiona o dirigente sindical. "Como está, o IMFC é insuficiente, excludente, suprime o direito da paridade e fomenta a divisão entre os servidores da Sefaz". O Fisco também luta pela pauta de 2024, que inclui revisão salarial anual, aumento do último nível da tabela salarial e auxílio-saúde.
Apesar das críticas, o Sindicato esclarece que "não se opõe" totalmente ao IMFC. “O que queremos é aperfeiçoar essa proposta e garantir um direito que estava na lei anterior. Temos uma categoria em que 90% ou já está aposentada ou na iminência de se aposentar; como podemos aceitar uma proposta que exclua esse contingente?”, critica José Antônio.
O presidente do SINDIFISCO/SE destaca que a diretoria apresentou diversas opções para resolver a questão, mas a secretária se fechou e não aceitou a negociação. “Com tamanha insensibilidade, não temos outra opção a não ser a luta ou amargaremos prejuízos severos para hoje e para o futuro da gente", concluiu.
Assembleia
Com o objetivo de abrir um canal de negociação, a categoria fará outro ato na próxima semana, dia 5 de agosto, às 9h, em frente à Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese) para levar a mensagem às autoridades e à imprensa.
Por Déa Jacobina Ascom do SINDIFISCO/SE