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Se o governo de Sergipe não atender as reivindicações, os servidores públicos estaduais poderão deflagrar uma greve geral a partir do dia 21 de setembro. A ameaça de paralisação foi proposta nesta terça-feira (2) durante um ato público do Movimento Unificado dos Servidores Públicos do Estado, realizado na frente do Palácio de Despachos, sede do governo. Os trabalhadores reivindicam implantação do Plano de Cargos, Carreira e Vencimentos (PCCV) na totalidade, reajuste salarial e pagamento dos subsídios e se posicionaram contra o parcelamento dos salários.
A CTB-SE, que integra o movimento, marcou presença na manifestação e demonstrou preocupação com o impasse nas negociações e a possibilidade de greve. Para Edival Góes, presidente da CTB-SE, se a paralisação ocorrer, a responsabilidade é do estado. “Compete ao governo buscar saída para a crise e encontrar uma alternativa que atenda as reivindicações das categorias, se não na totalidade, mas pelo menos em parte. O governo tem capacidade política para resolver essas pendências e evitar a greve”, salientou.
Uma paralisação, na opinião de Edival, seria muito ruim para a sociedade, mas os trabalhadores do serviço público negociam com o governo há meses sem que tenha havido qualquer avanço. “Os servidores tiveram uma queda considerável no seu poder de compra, estão sem reajuste e ainda não tiveram PCCV totalmente implantado. O governo se apega ao discurso de que não tem dinheiro e não aponta solução para o impasse”, argumentou.
Durante o ato, o vice-presidente da CTB-SE, Waldir Rodrigues, voltou a criticar o governador Jackson Barreto. “JB foi eleito com a maioria do voto do povo, assumiu o governo de direito, mas não assumiu de fato, deixando as negociações a cargo do vice-governador Belivaldo Chagas, que é um cidadão correto, mas não é o governador. Quem tem que resolver o problema é Jackson”, disse. Waldir teme que se o governador não sentar para negociar com os servidores, o Estado vai parar e virar um caos.
Se depender dos servidores da Saúde do estado, a greve será deflagrada. Nove sindicatos da área já se reuniram e aprovaram uma proposta em assembleia conjunta: se até o dia 11 deste mês não houver avanço nas negociações, as categorias da Saúde cruzam os braços nos dias 21, 22 e 23 de setembro. Augusto Couto, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde do Estado (Sintasa), argumentou que o governo prescisa ter sensibilidade para sentar, discutir e apresentar uma proposta que atenda as reivindicações dos servidores.“Nós sabemos que o governo tem dinheiro. Só estamos pedindo o que é um direito nosso: reajuste salarial, implantação do PCCV e os subsídios que são pendências de acordos firmados entre o governo e várias categorias que não foram cumpridos”, afirmou. Já Fernando Cabral, presidente do Sindicato dos Radialistas do Estado, considerou que o ato de hoje foi uma demonstração de unidade dos trabalhadores o que fortalece a luta e dá uma nova guinada no movimento.
Segundo Cabral, o governo está sendo intransigente. “Ele não admite que há condições de alterar a contabilidade pública e assim implantar o PCCV, conceder reajuste e pagar os subsídios e fica protelando uma decisão. Com isso, os servidores é quem saem perdendo”, salientou. O ato terminou no final da manhã e ficou definido que cada categoria fará assembleia para mobilizar os servidores para uma possível greve geral a partir do dia 21.
Niúra Belfort - CTB-SE