Deputado licenciado, ele atuou na Câmara a favor do ex-deputado preso Eduardo Cunha (MDB-RJ), defendeu a prisão de um general do Exército e declarou voto para presidente no senador Álvaro Dias (Podemos-PR), que faz oposição a Temer.
Por sua vez, Temer disse que Fonseca foi escolhido porque possui "vocação para o diálogo e para a conciliação". O presidente afirmou ainda que, como deputado federal, o atual ministro angariou "respeito do Congresso e do povo". A cadeira estava vaga desde a ida de Moreira Franco para o ministério de Minas e Energia, em abril.
Em 18 de maio, Fonseca usou sua conta oficial no Twitter para criticar o governo após a a divulgação da delação dos executivos e donos da JBS que envolveu o presidente. "O caminho mais curto para o enfrentamento da crise institucional na democracia é eleições diretas. Se Temer não renunciar, a economia vira pó. Presidente Temer, neste momento o Brasil merece um ato de coragem de vossa excelência, A RENÚNCIA (sic).", tuitou no dia seguinte.
O novo ministro manteve o pedido mesmo após divulgação do áudio da conversa entre Temer e o empresário Joesley Batista, o qual não deixa claro se o presidente, de fato, deu aval para compra do silêncio de Cunha. "O áudio de Temer não confirma todo o divulgado, mas conspira contra a ética de um presidente da República.", tuitou em 19 de maio. Apesar das críticas, Fonseca votou na Câmara a favor de Temer nas duas denúncias da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Também pelo Twitter, o novo ministro postou uma série de mensagens criticando a reforma nas regras previdenciárias do governo Temer. "Não podemos nem colocar o debate da reforma da Previdência sem antes cobrar as dívidas dos poderosos com a Previdência e acabar com os supersalários", tuitou. "É bem questionável essa informação de déficit na Previdência, num país onde até os inativos pagam para continuarem aposentados", escreveu em outra oportunidade.
Ainda pelas redes socais, Fonseca disparou críticas contra integrantes do Exército. "General na ativa que ameaça quebrar a ordem democrática não tem que ser criticado pelo comando do Exército, tem de ser preso", tuitou em 18 de setembro. Ele se referia às declarações do então general Antonio Mourão sugerindo que poderia haver intervenção militar no País caso o Judiciário não resolvesse o "problema político". Mourão já passou para a reserva.
Até antes de assumir o ministério, Fonseca era filiado ao Podemos e tinha declarado voto no presidenciável do partido. "Senador Álvaro Dias é ficha limpa com mais de 40 anos de mandato, não está na Lava Jato, não comunga com político corrupto, tem experiência na gestão pública, não é um aventureiro. É meu candidato a presidente do Brasil", escreveu no Twitter em 10 de maio. O parlamentar, porém, acabou expulso do Podemos após anunciar que viraria ministro.
Procurado, o ministro disse que “ingressa no governo por ter ótimo trânsito com os políticos, aspecto importante para a coordenação do maior programa do governo federal, o Avançar”.
Fonte: Estadão