Em 12 meses, os preços médios da cesta aumentaram em todas as cidades. As taxas oscilaram entre 1,22%, em Natal, e 15,50%, em Campo Grande. Em 2018, todas as capitais acumularam alta, com destaque para Campo Grande (14,89%), Brasília (13,44%) e Fortaleza (12,03%).
Com base na cesta mais cara, que, em novembro, foi a de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Em novembro de 2018, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 3.959,98, ou 4,15 vezes o salário mínimo nacional, de R$ 954,00. Em outubro, tinha sido estimado em R$ 3.783,39, ou 3,97 vezes o piso mínimo do país. Em novembro de 2017, o mínimo necessário era equivalente a R$ 3.731,39, ou 3,98 vezes o salário mínimo nacional daquele ano, correspondente a R$ 937,00.
Cesta básica x salário mínimo
Em novembro de 2018, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 91 horas e 13 minutos. Em outubro de 2018, ficou em 88 horas e 30 minutos, e, em novembro de 2017, em 85 horas e 58 minutos.
Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em novembro, 45,07% do salário mínimo líquido para adquirir os mesmos produtos que, em outubro, demandavam 43,73% e, em novembro de 2017, 42,47%.
Comportamento dos preços
Entre outubro e novembro de 2018, os preços do tomate, batata (coletada na região Centro-Sul), óleo de soja, pão francês e carne bovina de primeira apresentaram alta na maior parte das capitais pesquisadas, enquanto o leite integral teve o preço médio reduzido.
Os valores do tomate subiram em quase todas as cidades, exceto em Vitória (-9,79%). As taxas positivas variaram entre 1,07%, em Natal, e 59,85%, em Campo Grande. Em 12 meses, o produto apresentou alta em todas as capitais: em Florianópolis, a variação mensal foi de 132,01%; em Brasília, ficou em 116,93%; no Rio de Janeiro, foi de 115,10%; em Belo Horizonte, 107,32% e, em Fortaleza, 96,21%. O menor aumento foi registrado em Vitória, 13,82%. A baixa oferta do fruto, devido à chuva e às mudanças de temperatura, foi responsável pela elevação do preço.
A batata, pesquisada no Centro-Sul, apresentou alta em quase todas as cidades, exceto em Goiânia (-7,51%). Destacaram-se os aumentos registrados em Brasília (45,70%), Campo Grande (39,16%), Belo Horizonte (25,86%) e Florianópolis (20,00%). Em 12 meses, oito cidades tiveram redução no preço médio e apenas Florianópolis (31,25%) e Brasília (3,83%) apresentaram alta. As quedas variaram entre -23,57%, em Curitiba e -3,95%, em Belo Horizonte. A chuva e o final da safra foram os causadores das elevações de preço da batata no varejo.
Houve aumento no preço médio do óleo de soja em 13 municípios pesquisados, com destaque para Goiânia (8,79%), Natal (3,24%) e Recife (3,09%). As diminuições mais intensas ocorreram em Vitória (-2,42%) e Florianópolis (-1,11%). Em 12 meses, 12 capitais tiveram alta acumulada, que variaram entre 0,28%, em Salvador, e 11,24%, em Goiânia. As quedas mais expressivas foram as de Florianópolis (-5,53%) e Aracaju (-4,44%). O aumento da procura pelo item, para produção de biodiesel, reduziu a oferta no varejo e os preços se elevaram.
O quilo do pão francês aumentou em 11 capitais. As maiores elevações foram verificadas em Belo Horizonte (2,94%) e João Pessoa (2,16%). Em outras sete cidades, o preço diminuiu, com destaque para Goiânia (-3,14%) e Vitória (-3,08%). Em 12 meses, o pão registrou alta em 16 cidades, com taxas entre 4,57%, em Aracaju, e 15,14%, em Campo Grande. As retrações ocorreram em Goiânia (-0,83%) e Salvador (-0,22%). A elevação do preço do trigo nos últimos meses, com crescimento da importação do grão, teve impacto no valor médio do produto no varejo, ainda em novembro.
Entre outubro e novembro, o quilo da carne bovina de primeira aumentou em 11 cidades e diminuiu em sete. As maiores altas foram registradas em Belo Horizonte (4,56%), Goiânia (3,25%) e Recife (2,85%). A queda mais intensa foi a de Florianópolis (-2,17%).
Em 12 meses, o valor médio da carne subiu em 16 cidades - com destaque para Campo Grande (13,10%); e diminuiu em duas: Florianópolis (-3,46%) e Belém (-1,71%). Maior exportação e necessidade de compra de carne por parte dos frigoríficos, negociada a preços maiores, explicam a alta no varejo.
Em novembro, o preço do litro do leite integral apresentou queda de valor em 16 capitais, com variações entre -8,74%, em Campo Grande, e -1,64%, em João Pessoa. O preço médio não variou em Belém e aumentou em Aracaju (1,52%). Em 12 meses, houve alta em todas as capitais, entre 4,79%, em Porto Alegre, e 26,15%, em Vitória. O aumento da oferta, devido à melhora nas pastagens, reduziu o preço no varejo.
São Paulo
No município de São Paulo, o custo do conjunto dos alimentos básicos subiu 5,68% em relação a outubro e totalizou R$ 471,37. Foi o maior valor entre as 18 capitais pesquisadas. Em 12 meses, a variação foi de 11,37% e, nos 11 meses de 2018, de 11,08%.
Entre outubro e novembro de 2018, oito produtos tiveram alta: tomate (45,45%), batata (9,93%), banana (2,16%), manteiga (2,04%), carne bovina de primeira (1,18%), pão francês (0,89%), farinha de trigo (0,70%) e óleo de soja (0,58%). Cinco produtos apresentaram redução: leite integral (-2,31%), feijão carioquinha (-1,36%), açúcar refinado (-1,25%), arroz agulhinha (-0,33%) e café em pó (-0,25%).
Em 12 meses, oito itens acumularam aumentos: tomate (75,24%), farinha de trigo (29,73%), leite integral (22,30%), pão francês (10,91%), banana (9,98%), manteiga (8,12%), arroz agulhinha (4,44%) e carne bovina de primeira (2,56%). Outros cinco produtos tiveram diminuição: feijão carioquinha (-11,90%), café em pó (-8,95%), batata (-7,76%), açúcar refinado (-3,66%) e óleo de soja (-0,29%).
O trabalhador paulistano cuja remuneração equivale ao salário mínimo precisou cumprir jornada de trabalho, em novembro, de 108 horas e 42 minutos e, em outubro, de 102 horas e 52 minutos. Em novembro de 2017, a jornada era de 99 horas e 22 minutos.
Em novembro de 2018, o custo da cesta em São Paulo comprometeu 53,71% do salário mínimo líquido (após os descontos previdenciários). Em outubro, o percentual exigido era de 50,82% e, em novembro de 2017, de 49,10%.
Fonte: Investimentos e Notícias