A reunião ocorreu no Sindicato dos Auditores do Trabalho (SINAIT) e contou com a participação do Sindicato dos Auditores e Técnicos de Finanças e Controle, Auditores da CGU, Polícia Rodoviária Federal, além dos próprios Auditores do Trabalho.
São três PECs que estão em tramitação no Congresso 186, 187 e 188, que o governo federal apelidou de Plano Mais Brasil.
O que diz a PEC 186/2019?
Conhecida como PEC Emergencial, suspende direitos dos servidores públicos como progressão e promoção, reduz em 25% a jornada e o salário e proíbe realização de concursos públicos, entra outros retrocessos, em 3 hipóteses:
1) se houver descumprimento do teto de gastos (Despesas Correntes superar em 95% as receitas correntes) 20 estados estariam enquadrados nessa regra hoje;
2) se for extrapolado o limite da “regra de ouro” ( Receita de empréstimos for maior que as despesas de investimentos), a previsão é que o governo federal atinja essa regra no próximo ano;
3) se forem ultrapassados os limites de gasto com pessoal, previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal.
Pela PEC Estados e municípios que se enquadrarem nessa situação, a priori, não estariam obrigados adotar as medidas previstas, no entanto, não teriam aval da União para empréstimos ou rolagem de dívidas ( uma chantagem que acaba indiretamente obrigando esses entes).
O que diz a PEC 187/2019:
Também aplicado aos três entes federativos, extingue todos os fundos públicos como FAT, FNDE etc. e os recursos nele depositados serão transferidos para o Tesouro para abater a dívida pública. Havendo a possibilidade de serem recriados no prazo de até dois anos, não mais com lei ordinária, mas com aprovação por lei complementar.
Em Sergipe existem diversos fundos, poderemos destacar o Fundo de Incentivo a Arrecadação Estadual- FINATE, FAI, entre outros.
O que diz a PEC 188/2019.
A PEC 188, conhecida como PEC do Pacto Federativo, por sua vez, é a mais radical de todas, porque, além de incorporar integralmente o conteúdo da PEC Emergencial, também impede que decisões judiciais sejam cumpridas, desvincula as receita da despesas com saúde e educação, entre outras desvinculações.
Além dessas PECs, o governo federal promete enviar ainda essa semana a Reforma Administrativa, onde também se anuncia mais retrocessos.
Na reunião ficou deliberado um conjunto de mobilizações contra essas medidas, como adesão à paralisação nacional em defesa do serviço público, que ocorrerá dia 18 de março, ou, ao menos, a participação nos atos que ocorrerão nesse dia. Além de visitas a parlamentares e inserção de material como vídeos nas redes sociais mostrando à população a importância dos serviços públicos.
Fica claro que o ataque do governo é ao serviço público, e usa o servidor como bode expiatório, seu intento é reduzir, a qualquer custo, as despesas públicas a um patamar mínimo para garantir o pagamento da dívida pública. Como mentiu na reforma da previdência, vai mais uma vez responsabilizar os servidores pela ineficiência dos serviços públicos.
O Sindifisco brevemente convocará uma assembleia para discutir esses temas como outros mais específicos da categoria.
Só a união de todos os trabalhadores vai barrar esses retrocessos.