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Sindifisco, 28/12/2022

Estudo revela dependência de Sergipe com verba da União

Sindifisco defende revisão na política de renúncias fiscais e investimento no aparelhamento do Fisco
 

O documento intitulado de ‘Análise sobre a Composição da Receita Orçamentária Estadual de Sergipe’ elaborado pelo Escritório Regional do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/SE) revela a alta dependência do Estado de Sergipe das transferências de recursos da União.

 

Com base nos dados publicados pelo governo estadual, o estudo revela que nos últimos oitos anos (2014 a 2021), quase metade da receita corrente do Estado de Sergipe foram constituídas por repasses da União. “As receitas próprias representaram pouco mais de 50% do total das receitas arrecadadas no Estado de Sergipe, na maioria dos anos analisados, excetuando 2018, quando corresponderam a 43,2% do total e 2020 (49,3%)”, diz um trecho do documento.

 

O Dieese/SE aponta que a estrutura da receita arrecadada em Sergipe permaneceu quase a mesma em todo o período, a partir de 2015. 

 

Renúncias fiscais – Para o presidente do Sindicato do Fisco de Sergipe (Sindifisco/SE), essa dependência de Sergipe aos repasses da União não é boa para a sociedade local e não justifica. “No desenho do federalismo brasileiro, a Constituição de 1988 outorgou aos Estados e Distrito Federal a competência do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) que é um imposto que incide sobre mercadorias em geral, energia, combustíveis, serviços de transporte, alimentação e comunicação. Esse imposto tem um potencial de arrecadação enorme, tanto é assim que é o que mais arrecada no Brasil, para se ter uma ideia em 2021 os Estados e o DF arrecadaram mais deR$ 650 bilhões, só com ICMS”.


Segundo o auditor fiscal, a dependência de Sergipe por transferência federal não justifica, porque “apesar de ter em sua competência um imposto com alto poder arrecadatório, ocorre que a administração estadual vem abdicando parte desse imposto ao conceder bilhões em renúncias fiscais, concomitante, há um alto índice de sonegação e o Estado desmobilizou de várias formas o trabalho do Fisco no combate a esse crime, o resultado é esse: dependência de repasses federais.
 

José Antônio afirma que a nova administração estadual tem como diminuir essa dependência, fazendo uma revisão na política de renúncias fiscais e investindo no aparelhamento do Fisco para combater com mais afinco a sonegação. “As renúncias representam um gasto enorme para o Estado, sem resultado para a sociedade, basta ver os índices de pobreza e desemprego no Estado”, afirma.

 

 

Tabela 1 - Evolução da receita arrecadada, por origem e fonte

Sergipe, 2014 a 2021                                                   
 

Fonte e origem das receitas

2014

2015

2016

2017

2018

2019

2020

2021

Receita arrecadada

100,0

100,0

100,0

100,0

100,0

100,0

100,0

100,0

Receitas próprias

51,4

52,6

50,6

52,8

43,2

51,1

49,3

51,4

ICMS

21,8

24,0

22,6

24,2

23,6

22,0

19,8

25,2

IPVA

0,7

0,9

1,0

1,0

0,9

0,9

0,9

1,1

IRRF

4,8

4,6

4,9

4,2

4,1

5,5

5,7

6,8

Contribuições

12,2

12,7

13,6

13,4

11,5

10,9

12,4

13,2

Operações de crédito

1,8

2,1

1,6

2,0

2,7

2,3

0,9

1,5

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Outras receitas

10,2

8,4

6,9

8,0

0,5

9,5

9,7

2,7

Receitas de transferências

48,6

47,4

49,4

47,2

56,8

48,9

50,7

49,6

FPE

32,2

34,9

36,5

34,4

33,9

34,0

29,5

39,7

Fundeb

7,4

7,8

7,8

7,6

7,7

7,2

6,3

8,3

SUS

2,8

2,9

3,0

3,1

4,1

0,0

0,0

0,0

 

 

 

 

 

 

 

 

 

FNDE

0,5

0,6

0,5

0,7

0,8

0,6

0,4

0,5

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Convênios

3,4

0,6

1,0

0,7

10,3

0,7

1,1

1,0

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Outras transferências

2,5

0,6

0,6

0,7

0,0

6,4

13,3

0,0

Fonte: Sefaz-SE. Relatório Resumido de Execução Orçamentária (RREO). Elaboração: DIEESE-ERSE.

 

 

 

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