Protestos aconteceram em todo o país e foram organizados pelas centrais sindicais e frentes populares
Em Aracaju, lideranças de sindicais da CTB, CUT, UGT e CSP Conlutas realizaram na manhã desta terça-feira (21/03) um 'Ato Político Contra os Juros Altos'.
Das representações das categorias e centrais estavam no ato realizado em Aracaju o presidente do Sindicato do Fisco de Sergipe (Sindifisco/SE), José Antônio; a presidenta do Sindicato dos Bancários de Sergipe (SEEB/SE), Ivânia Pereira, a vice-presidenta do Sindicato dos Professores (Sintese), Ivonia Ferreira; o presidente da CTB/SE, Adêniton Santana e a vereadora professora Angela (PT).
Os protestos que aconteceram hoje nas principais cidades brasileiras cobram autonomia do Banco Central (BC) e pedem a exoneração do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto. Os atos acontecem às vésperas da reunião do Conselho de Política Monetária (Copom/BC), a ser realizada nos próximos dias 22 e 23/03.
José Antônio fez uma intervenção em que também considerou “um absurdo a própria ideia de independência do Banco Central” e defendeu “que a diretoria do BC seja livremente escolhida pelo presidente eleito e não pelos próprios banqueiros”.
Veja trecho das intervenções de José Antônio e de algumas lideranças sindicais no ato de Aracaju
José Antônio: “A própria ideia de independência do Banco Central (BC) é um absurdo dos absurdos, porque o BC é o banco dos bancos. É o banco que tem o controle da política monetária do país; da política fiscal do país; da política cambial do país que tem tudo a haver com a condição de vida da população.
Por exemplo, sobre a política cambial (que é o valor do dólar e valor das moedas estrangeiras), se o valor da moeda estrangeira estiver muito baixo, o pais fica com dificuldade de exportar e isso acaba refletindo no quantitativo de emprego da população brasileira e também nos salários, porque menos emprego significa mais competição entre os trabalhadores pela mesma vaga e menos salário. Já a política monetária da mesma forma: se tem mais dinheiro ou menos dinheiro na economia reflete também na renda e no emprego do povo brasileiro. E como é que uma entidade define tudo isso, o governo eleito, o presidente eleito por milhões de brasileiros, não pode interferir nesta instituição. É por isso que a própria ideia de independência já é um absurdo dos absurdos. A gente tem de fazer uma luta para que a diretoria do Banco Central seja livremente escolhida pelo presidente eleito e não pelos próprios banqueiros.
Estamos com uma política de juros altos, quem definir: Banco Central. E que isso tem a haver com juros altos, tudo, porque juros altos significa tirar dinheiro da economia, quando tira dinheiro da economia, por exemplo, quando a gente vai financiar qualquer coisa com os juros lá nas alturas, os preços sobem. Se você for financiar uma TV na Magalu, se os juros tiver alto, o preço da TV vai aumentar. Até o vendedor de banana tem cartão de crédito, aquela taxinha que o vendedor de banana pagar no cartão de crédito se os juros tiver alto, ele vai pagar uma taxa maior.
Adêniton Santana: “Este ano, a CTB, com outras centrais e frentes populares, vem intensificado as mobilizações pela redução da taxa de juros pelo BC. Essa é uma pauta primordial da classe trabalhadora para incentivar a retomada da industrialização no país. Os juros altos são desastrosos para as finanças públicas e impedem ao novo governo de Lula avanços para implementação de políticas públicas”.
Ivânia Pereira: “O Banco Central tem de baixar a inflação e a taxa de juros, o que está em jogo é a fome, é a miséria, é a vida do povo. Os juros altos prejudicam o povo. Os comerciantes e os empresários deste país também não são beneficiados. Enquanto isso, a alta taxa de juros enriquecem os banqueiros e os grandes investidores na bolsa de valores, os especuladores que não produzem nada para o país, vivem desses juros".
ASCOM do SINDIFISCO/SE
