‘Meia-noite. Fim de um ano, início de outro.
Olho o céu: nenhum indício.
Olho o céu: o abismo vence o olhar.
O mesmo espantoso silêncio da Via-Láctea feito
um ectoplasma sobre a minha cabeça
nada ali indica que um ano novo começa.
E não começa
nem no céu nem no chão do planeta:
começa no coração.
Começa como a esperança
de vida melhor que entre os astros
não se escuta nem se vê
nem pode haver: que isso é coisa de homem
esse bicho estelar
que sonha (e luta)’.
poema de Ferreira Gullar
Feliz ANO NOVO
A Diretoria do SINDIFISCO/SE